Tuesday, February 27, 2007
Indefinição. Papéis ao ar, diverte-te Bóreas. Tudo voa e eu gatinho impotente. Irritação.
Esta vontade de querer escrever mas não saber o quê, não uniformizar um como disperso numa torrente de fugazes ideias desmoralizantes do querer. Porque quero.
Mas não sei, não sei, não sei!
Pois tudo me soa vago e comum e perde o sentido se repenso a inquietação. Ficam apenas as métricas, órfãs de significado, esqueletos das palavras que escapam. E escorre indolente a areia da ampulheta sem que encontre.
A frase que não consegui.
A expressão pecadora da identidade.
O vocábulo despoletador do resto.
Qualquer coisa.
Quase desesperadamente qualquer coisa! Que na acalmia da imperfeição sei contudo não ser qualquer. Egoisticamente, que eu saiba minha e fale de mim. E que, falando, diga a exasperação de não saber o que dizer.
E que depois se cale e diga então que gostei.
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