Saturday, July 05, 2008
Invejo a constância das coisas milenares,
Da erosão lenta de memórias por contar,
Da génese gasta e repetida, suas heranças;
Invejo o lugar que as coisas ocupam,
Seu por direito, destino, é-lhes o
Futuro de escolhas desprovido: fácil;
Invejo os ciclos em que elas participam,
O significado que têm, a importância
Inegável na manutenção do eterno;
Invejo as coisas pelo que são ou nem tanto,
Pelo propósito que possuir aparentam;
Pelo que as percebo, distorço ou imagino
Invejo que as coisas não precisem, não peçam,
Tudo lhes baste e, a mais, alheias, por aqui
Passem até ao fim o seu tempo chegar.
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