Sunday, December 07, 2008


















Caem rosas à flor das águas
Meu amor caem rosas no mar
Ondeiam negras nessas águas
E sete vezes te hão-de chorar

Guardei-t’as sete cravado de mágoas
Meu amor guardei-tas por te amar
Ondeiam no eterno dessas águas
Exauro agora em seu desfolhar

Caem rosas à flor das águas
Meu amor na promessa desse mar
Caem mortas sete mágoas
Meu amor somos um só afundar


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Poema: Paulo

Friday, December 05, 2008




















Fairness' a bitch anyway, so why can't it just whore itself to everybody like it's supposed to?

Saturday, November 15, 2008




















Bright lights flicker on the horizon as the city rests in a deep slumber. Dreams come and go as they please while nightmares lurk around, startling the souls that seek solace in their apparent meanings. High above no stars shine. Tonight the sky is held together by clouds and rain pouring into the ground that is still warm from too many feet, too fast, too slow. A porcelain mug rests on the windowsill, dusty curtains and unclear glass wide open to welcome the peaceful joy within the breeze that ripples the cooling tea. Autumn leaves get carried away with the flow, erratic patterns drawn over the slowly forming wastelands that were once unkept gardens and are now treasured memories.

Two bodies had once been on their grass, clothes scattered around as if nobody would ever see. Sunset oranges had yet to become crimson, so there they had laid as if it had just become morning, tangled and sweaty and worn and aching, even breaths and way too meaningful scents. “Catch me. I'm falling.” Those pools had shone bright right then. Not just two bodies on the grass.

I'm sorry.

Friday, November 14, 2008



















Vem por entre toda a solidão e abraça-me que há já muito te anseio. Que importa que lá fora chova e que nos olhem com desdém, abraçados somos mais longe do que nós, utopias reais. Vem sem medo de chegar, vem pelos teus passos liberto do que te não fez vir antes e abraça-me que eu não posso mais, que este quarto mete medo e o medo deixa-nos sós. Tenho tanto para te contar que a vida não chega, tanto que chorar que não há leito que segure, mas não percamos mais tempo e prende-me nos teus braços que a espera não terá sido em vão. Enquanto na urbe chove cinza, se diz que sim e que não, que nós abraçados e livres desse fado nos perpetuemos no tempo sendo aquilo que somos até à outra margem chegar.


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Imagem e Texto: Paulo

Wednesday, November 12, 2008



























Even if I were to put my name on the book, it would not work out - everyone knows whom it belongs to.

Saturday, November 08, 2008




















Penúria,
Indigente motivação;
Quero minha a
vista dessa janela.

Wednesday, October 29, 2008





















Something you don't want to know as most of who do either can't or don't want to forget.

Wednesday, October 22, 2008

Thursday, October 16, 2008

Monday, October 06, 2008




















I knock on wood too, but of these days unpolished wooden surfaces get damn hard to find.

Monday, September 15, 2008



















She knows where it will lead her. There is no way that bitter taste can let her forget why she keeps on doing that. For some sorts of pain are just able to ease others.

In the end, she's nothing more than a(n) (in)conscious moth. And her new friend, the heatless flame.

Tuesday, September 02, 2008



















Centrípeta em legato
Permissivo demasiado
Azul, Espiral

Cheiro de mangas e de cristais
Tatuada
Quis, o Chão queima

Três, Sete, Dez com Onze
desrolha deixa Repete
Maculando

Convergente linha ponto
Era uma a vez
bem Me soa

Monday, July 28, 2008



















Passou-me ao lado teu linguarejo. Bastaram o asco e a repulsa em teu rosto estampados, o dedo acusador apontando indiscretamente.
Teatro gratuito num aeroporto. Mulher, sei que não é bonito. Agradeço, todavia, a lembrança.

Sunday, July 20, 2008

Wednesday, July 16, 2008


























Notas furtivas de prazeres revisitados
Tamponam corando fugas ao dever

Tuesday, July 15, 2008

























I don't like it when you smoke.

Heh, sorry, can't help it.

I missed you this week.

Thanks.

... Diana...

Hum?

I miss you.

... Oh... Thank you. I guess...



Note to self: Never handle such matters whilst drunk again.

Saturday, July 12, 2008




















Caminha incerto por essa vida fora, procurando um sonho que seja seu nos ideais com que o querem nutrir. Espelho algum lhe diz o que é. O que deixou parece-lhe bom. Fazem-lhe falta os cheiros e a certeza do mar. Deseja o toque e o amparo. Desespera incompreendido, sabe-se só. Promessas de tréguas quando chegar. Mas querem que volte. Para onde dói. Chora. Lá dentro arde e o frio corta. Alinhavam-se excertos de tudo um pouco com uma resolução emprestada. Desconhece a realização. É jovem. Moeda de duas caras. Nenhuma a sua. Qual era, mesmo? Ah, a que dizia sim. Chega. Definham as orquídeas nas varandas. Vertigens. Tentação sincera. Telefone. Pressões.

“Deixem-me”, murmura. Sair daqui. Ser.
Inspira.

Era.

Foi.

Saturday, July 05, 2008


















Invejo a constância das coisas milenares,
Da erosão lenta de memórias por contar,
Da génese gasta e repetida, suas heranças;
Invejo o lugar que as coisas ocupam,
Seu por direito, destino, é-lhes o
Futuro de escolhas desprovido: fácil;
Invejo os ciclos em que elas participam,
O significado que têm, a importância
Inegável na manutenção do eterno;
Invejo as coisas pelo que são ou nem tanto,
Pelo propósito que possuir aparentam;
Pelo que as percebo, distorço ou imagino
Invejo que as coisas não precisem, não peçam,
Tudo lhes baste e, a mais, alheias, por aqui
Passem até ao fim o seu tempo chegar.

Tuesday, July 01, 2008


























Um sorriso não muda o mundo, disseste.
Mas aquele era o meu. Perdeu a cor quando se foi.

Wednesday, June 25, 2008



















I am truly amazed by how easy and addictive it is to fuck things up.

Thursday, June 19, 2008




















Não podem ser delírios
esses medos teus
Se quando deles falas
ecoam perfeitos os meus

Tuesday, June 10, 2008

















"Coisas estranhas que nos perturbam, comportamentos que as acompanham."
Paulo



[And one wonders where they will lead us to.]

Friday, June 06, 2008

Thursday, June 05, 2008



















Um após outro, os guaches de fim de tarde. Também a anémona do parapeito fechou há já algumas horas. E ela hesita, mão na porta entreaberta, fresta travessa por onde soube deserto teu santuário.

[Ainda me hás-de confessar um dia.]

Se lá fora troveja, à lareira o silêncio impera. Porque esse quarto mete medo, e o medo deixa-os sós.

Wednesday, May 21, 2008



























Failure: state or condition of not meeting a desirable or intended objective; the opposite of success.

She refused to acknowledge them all, and even managed to evade some for a while. But the omens had been there for ages.
In the end, it seems that some things are just not meant to happen. No matter how hard you strive for them.

Tuesday, May 13, 2008


















Honestamente, morre um pouco mais de cada vez que expurgo meus pecados. Pois sabe a cobre a penitência, rubra contra a candura de esperanças novamente recicladas. Mas, de que outro modo subsistir? Ela voa mais leve, a minha borboleta, quando reclamam os caminhos de tanto serem calcorreados; e, nesse instante, sou feliz.

Friday, May 02, 2008




















Sucedem-se céleres
os analgésicos da psique,
companheiros baratos;
mais: esquecer.
Murchas desde o início,
foi vã a espera.
Sorri e continua:
não parece aprender.

Saturday, April 26, 2008




















Dias nefastos. Caminhos perniciosos. Compaixão refutada. Pecado verde, a aspiração ao poder não conta contigo.


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Imagem e Texto: Izi.

Friday, April 11, 2008


















Ora faz sol,
Chora chuva:
Canções de ninar
e Nicotina,
Alguém tem que ceder.

Sunday, April 06, 2008



























When you say I can't, do you really mean it?
Is it just to keep me from trying? To keep me thinking I could... To allow me that thinniest hope?
Or is it because you think I'd deceive, fail myself? Do you want to avoid having to deal, to bear with me if I did?
Tell me, would you brush me away that easily?

Tuesday, April 01, 2008

Tuesday, March 11, 2008
























I was dreaming about you. About that head of yours that rested against my chest, and my hand that lazily ruffled your hair, slowly driving you to sleep. About that deep and rich voice you possess, filling my ears with such trivial and meaningless things like my name. About that heat radiating from your body, soothing every place of mine that ached and craved for more.
A dream. I was still running my fingers through your hair when I woke up. Just another dream.

My, my... Why does it feel so good to be fooled?

Saturday, March 08, 2008


















Flutuar no Universo,
ver o Mundo de perto,
ver a Terra girar.

("Cogumelo Azul", Ventania)



Às vezes, gira demasiado depressa. Quase sem se dar por ela. Deixando um travo amargo depois.
Outras, resolve fazer-se notar. Reclamando o equilíbrio como seu. Deixando-nos tontos.
Raramente, alia-se a todos os outros. Confinando-se a tudo o resto. Deixando-me em paz.

Monday, March 03, 2008



























I've willingly drowned in my own dreams and awoke believing in myself. Suddenly, being selfish feels good.

Sunday, February 24, 2008






















There's a cheshire cat up there grinning like mad at my own bewilderment. It's not unheard of, I know, but it's weird. Birds chirping far after the sunset, a teaser to the upcoming Spring. If only with the scent lingering in the air also came the rain it dares to remind me of.

Thursday, February 21, 2008



























Can you hear my endless scream?
Life is like a masquerade
(More often than not, just pain)
And depression my only friend
For when in this state of mind
When there’s nothing I can mend
I’m overpowered by my grief
Death would be the perfect relief
And I wish I were at least blind.


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Arranjo. Ideia e Poema originais: Izi.

Wednesday, February 20, 2008




















Pediu para se calarem. Não lhe ligaram. Repetiu. O mesmo.
Perdoa-se uma, tolera-se uma segunda, uma terceira não existirá. É do senso-comum.
Parece, contudo, que ficaram muito admirados quando, no dia seguinte, os sinos tocaram.
Talvez não lhe devessem ter dito tantas vezes (e de tantas formas) como seria bom ela lá não estar.

Saturday, February 16, 2008




















My vision is blurred. Maybe that's why I can't see where I'm going.

Wednesday, February 13, 2008



























Abafa os meus passos o pó das ideias abandonadas enquanto desço o carrocel de degraus que leva ao meu mundo. Onde chove sempre que quero e esperam por mim as máscaras de tantos dias, esperando desorganizadas que escolha uma e assim aguente até escurecer.

A cidade amanheceu viva sob o sol que já esquecera. Batem incessantes à porta promessas de um dia agradável. O sorriso pesa; ponho-o de lado. Que se lixe: hoje, não estou para ninguém.

Tuesday, February 05, 2008





















o 1.
Vens solvatada em expectativas, que descortinas e publicitas despudoradamente, piscar de horizontes e motivações. Inveja que despertas. Intenção escondida?

o 2.
Caracteristicamente, logo te apressas a contudo não estar, lançando a despedida com a hipotética promessa de um depois. Qual procuras?

o 3.
Tenho aversão ao metrónomo que me rege. A ritmos, ciclos, hábitos que se tornarão quotidianos e a piori fervorosamente receio. Ao constrangimento, à resignação. Onde ecoam cínicos os passos da minha neurose: 9 da porta à cama: 5 desta à janela: 13 até a um estar da primeira, e saber não a poder transpôr.

o 4.
Até. Regressares. Puderes. Quiseres. Desejares. E, de novo, sermos.

o Sempre.
s'agapo*

Tuesday, January 22, 2008

















Oh, é infantil; eu sei. Mas, quanto mais os olho presos a coisas tão básicas como os instintos que os regem, não consigo senão continuar a invejar a liberdade das suas asas.

Monday, January 21, 2008



























I don't know, real life often disappoints... But maybe, just maybe, it'll be as pretty as this.

Saturday, January 05, 2008


















Aspiram às alturas. Vício recorrente.
(Ah, as heresias: ouviram dizer que Deus está por lá.)

Como queiram. Fica mais calmo aqui em baixo quando eles pensam que não vão cair.
(Continuem.)

Timestamps:strolling.