Sunday, May 31, 2009


















Das Viagens Livres e Frequentes pelos Antípodas da Razão

Decidiram alterar a rota, embora o destino permaneça o mesmo. Foge-nos agora quando lá iremos chegar. Verdade seja dita, antes também não sabíamos; mas esperávamos que fosse entretanto.
Dizem que o tempo amanhã levanta. Por mim, tudo bem. Há algo nestas trovoadas que não bate certo: algo entre o frio que até os ossos enregela e os parcos clarões desprovidos de ribombares. Não é só de mim: eles acham o mesmo, só que não se queixam. Preferem andar taciturnos. Como ela diz, eith. Manta pelos ombros e outro cigarro no convés talvez me ajudem a perceber. Oh, as trovoadas - eles ficam bem.

Monday, May 18, 2009


















Movem-se lestas, imperiosas,
imponentes volumes de magnificência,
majestosas, marchando, marchando ao
rabujo ensonado da indústria e continuam
os pássaros a chinfrinar, um ponto ou
outro lumina nevoeiro fora,
esbateram-se seus cumes, vales, vão mais
distantes, clareia e se vão os celestes,
virão, estão as aves e o metal batido, elas
lestas, imperiosas, marchando,
imponentes, marchando, ominosas.

Monday, May 11, 2009





















À beira de um lago ou no meio de parque, sentada e de caderno no regaço, tempo livre nas mãos e nada para fazer. Devia ter trovejado. Ficou em casa; as viagens, para outro dia.

Friday, May 01, 2009




















Em febre, numa pele nua.
Traços vagabundos nas prateleiras,
uma vez mais o movimento
abnegando: um espasmo, um arrepio:
Dançam folhagens ao vento.
Está roupa esquecida ao sol
e adormeço.