Thursday, April 30, 2009






















Lost said...

"Only massive stars explode as they near the end of their lives."

Some other tiny things do so to keep living, though.

Tuesday, April 28, 2009

















Queria ser um pouquinho surda do esquerdo,
Mas estou apenas cega de tanto ver;
Queria ter os vergões nos dedos de uma e dormentes os da outra,
Mas já nem sequer se lembram os braços de como se mover;
Queria tê-los aqui, inteiros e meus inteiramente,
Mas algures na caixa continuam a perecer;
Queria nunca ter desistido nem sucumbido ao medo,
Mas agora é tarde.

Sunday, April 26, 2009

Thursday, April 23, 2009

























There's this soundtrack one oughts to remember. Heartbeats of rain, eidetic somethings that are yet to be. Quite an amazing album. But one lives on.

Tuesday, April 21, 2009



























Ergue-se rico e pachorrento no ciano claro da manhã, excepcionalmente sólido e redondo. Custa a crer em tão grande distância. Apetece estender a mão e colher a suculência acabada de madurar. Até os farrapos insípidos de um céu demasiado agitado se rendem ao seu magnetismo, aberrações laranjas, rosas e violetas esvoaçando na frescura de mais um dia. Que pede um casaco ligeiro enquanto arrefece o café preto que vou bebericando. Sabe bem estar na varanda. Mesmo depois de acordar estremunhada pela claridade e a vontade imediata ter sido mandá-lo às malvas. Para o bem e para o mal, um quarto virado a Este por estas latitudes significa madrugar.

Wednesday, April 08, 2009



























Não devemos nada às pessoas que nos amam ou marcam, disseste.
Mas quero dever-te. Porque embora tendo um rosto não te conheci ainda substância, e se estendo a mão tu não chegas. Porque me frustram esses lábios e boca que a outras pertencem e nunca invadi, e posso apenas sonhar tocar-te e reclamar em mim dose ébria do teu odor.
Falta, contudo, que me deixes fazê-lo, porque para te dever falta que te marque. E me ames.


Para o Izi.

Tuesday, April 07, 2009


























Amaina a tempestade, e o mal acalma: cessando o vento, recolhem-se as vagas. A noite, essa, desce de mansinho, escondida pelas nuvens que se vão desfazendo e ocasionalmente desmentida pelos últimos clarões das descargas. Reina um silêncio de murmúrios, próprios desse longínquo pedaço de oceano sem lar. Povoam a superfície do gigante os seus reflexos: halos perdidos no azul salgado, as estrelas embalam e tudo dorme.
Numa qualquer praia, contudo, alguém solta as amarras a seu barco e o empurra sem esforço pela espuma dos baixios. Chapinham céleres os pés que logo saltam para dentro, o momento suficiente para tornar o passadio cada vez mais pequeno. Vela branca desfraldada, buscando a suave brisa que em breve deixará de o ser, caem nela as primeiras gotas de uma chuva que não será de novo violenta. Inalando o ozono que regressa e o iodo que lhe é familiar, é de costas firmes que tranca o leme mas trémulo quando a ele se encosta: cedendo ao cansaço dos dias e ao torpor que entretanto se instalara, desliza pesado: cai e adormece no convés sem qualquer graça.
Da janela da frente da última casa do promontório, enrosca-se num xaile de gerações a mãe da próxima, acordou angustiada e sabe agora porquê. Funde-se com o horizonte o mastro da embarcação que ajudou a pintar: foi depois de lhe pararem as regras e antes dos grandes enjoos, afirmam as viúvas que será rapaz porque está muito redonda e de pele bonita: talvez saia ao pai se nascer pelo solstício como previsto. Tocando o inchaço e sentindo a criança, endurecem-lhe as feições como aos velhos quando falam dos negócios: esta mulher já não é a mesma, comentarão dentro de alguns anos agradados como o seu filho não sabe o que é desistir. Ajeita resoluta o agasalho e volta para o quarto: está enterrado o marido, o amanhã depende dela.

Monday, April 06, 2009



























Cansam-me os dias e o pó das ideias que conheço de cor e fedem a desespero, tão variadas quanto os tons da aurora filtrados pela cortina de que não gosto e que ainda assim insistem em se fazer notar.

Sunday, April 05, 2009


























Toda a vida me disseram que devemos lutar pelo que queremos. Que as coisas não acontecem por acaso, muito menos se estivermos sentados à sua espera. Que nada é impossível. Que devemos perseguir os nossos sonhos.
Esqueceram-se de me dizer que tenho de acordar.

Friday, April 03, 2009



















Tivessem-me dito
Que amor é utopia
Mas nós bem reais
Teria retorquido
Que paixão é fantasia
Ao sabor dos vendavais

Tivessem-me vendido
Que amor é utopia
E nós muito mais
Teria então concordado
Que a vida é vadia
E não volta nunca mais


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Ideia original: Paulo
Texto: co-autorado

Thursday, April 02, 2009



























If I didn't know you, I'd say you have too much of a happy face not to do drugs.

Timestamps:strolling.