Sunday, December 19, 2010





















Resorting to resignation to hide the rest. Pretending it does not hurt is not working. So I will just admit it does, be ok with that and wait for things to get better. I am useless as it is, might as well not make it worse by reminding you that I am still here.

Friday, November 12, 2010



















Perdeu-se a olhar para as labaredas, dançante brevidade descronometrada contra o vidro da lareira. Incognoscente do tempo que realmente passa. Caiu a noite, o frio pesa. Ela dorme no sofá sonhando; as brasas sobrevivem sob toda aquela cinza.

Tuesday, November 02, 2010



















Custa-me não escrever. Ultimamente, engulo os dias alarvemente até ficar indisposta sem da saciedade provar e não dou tréguas ao céu, especialmente da manhã, lacerando-a repetidamente como se do mais natural passatempo do mundo se tratasse. Estou genuinamente farta desta ansiedade bastarda e da dificuldade em manter por mais de meio instante o que quer que seja presente na ideia. Aborreço-me e zango-me e canso-me e desisto. Dá-me um sentido! Uma cruz num mapa, direcções vagas, um cheiro no vento! Uma canção que me leve, uma onda que me traga, uma vaga nestas linhas. Mente que mente, que minta com substância e espasmos de escrita.

Monday, October 25, 2010



























You're pathetic. Two and a half hours ago you were happy. Now you're mad at yourself and about to cry. Just because promises don't match reality. Honestly, what were you thinking?

Thursday, October 14, 2010



















She is but a child playing grown-up. I hate her for having tried to connect with people. Goodwilled, they allowed her to. She should, however, had known better than thinking she could not fuck everything up as usual. Now everyone is hurting. Some leaving, some unable to. Truth be said, it's a last opportunity for her to do the right thing - to drown in her salty tears and stop being a nuisance for everyone.

Saturday, October 09, 2010

Friday, October 08, 2010



















Curled up on the couch
from my spot next to the
window I refuse
to move

All day

Smooth shades and smudged lines
so is the weather of bleeding skies
There's so much more beyond that grey
but you're still sleeping

Monday, October 04, 2010






















‘vó, o que é a loucura?

Ora, vê no dicionário.

Já vi… hesito. Não chega. Apresso-me a continuar. Já procurei em todos os livros lá de casa. Não me dizem o que quero saber.

Um canto trémulo na boca da mulher entretida a tricotar. Estranho. Que quer o meu pequeno cavaleiro saber que não venha em todos os bons livros que tem?

‘vó… avanço e sento-me à frente da mulher, olhos resolutos fixados nas lentes que a ajudam a passar as malhas. Eu quero saber o que é a loucura cá dentro. Uma dor de cabeça, um aperto no estômago? Nunca vi a Avó doente e ainda assim… calo-me.

… e ainda assim a tua mãe diz-te que minha doença é a loucura, não é verdade, meu querido?, completa, a voz doce e traquina de sempre. Cujas imperceptíveis traições só bem mais tarde consegui identificar. Pousa as agulhas e as lãs no regaço. Não é uma dor. És tu. É a tua imaginação ser maior que tu, tão maior que te sentes como uma gotinha de chuva no oceano. O teu mundo muda e não tens limites nem fronteiras. E sem limites e sem fronteiras a imaginação cresce mais ainda e muda o teu mundo outra vez, e outra, e outra. Lembras-te de que te sentias como uma gotinha de chuva? Pois essa gotinha de chuva não demora a embalar nas correntes do oceano e esquecer-se que o mundo mudou. É confortável, apaziguador, fácil – só tens de te deixar levar pelas correntes do oceano.

Fechara os olhos pouco após as primeiras palavras. Parecia ausente. Mas eu era demasiado curioso. Não percebo, ‘vó. Eu gosto de flutuar quando estou no mar. E a Mamã até se ri e diz que pareço um peixe-estrela.

Ah, meu pequeno cavaleiro, este oceano de que falo não está numa praia. Está aqui dentro, abre os olhos e aponta para a sua própria fronte, como eu também estou aqui dentro. Agora. Porque a loucura é esse oceano tornar-se em ti e perderes-te nele. Pode mesmo deixar de se estar lá, sabes, nunca mais voltar. Assim mesmo, em tom conversador, tom de quem conta uma história que conhece bem a alguém que sabe estar a ouvir.

Como sempre, genuinamente interessado, estou. Rogo-lhe, A Avó voltou?, que a não guarde para si apenas.

Mais ou menos. Digamos que a gotinha de chuva se lembrou que não era suposto ter tanto sal nela. E assim conseguiu chegar à tona e manter-se lá. Infelizmente, nunca evaporou de novo para as nuvens. Aprendeu a viver entre os dois mundos; uma vez mais ligada a um, outra mais ligada a outro. E esse passou a ser o seu novo mundo.

Sunday, October 03, 2010


























Chuva breve em mar alto:
Um prenúncio de choro enquanto
Se enovelam as correntes.
Roubou-lhe as vísceras que sentem;
Usado, um brinquedo de corda
De encontro, devagarinho,
A todo o nevoeiro da manhã.

Friday, October 01, 2010

















Deitada de costas, pernas e braços esticados e afastados do corpo, olhos fechados, ouvidos abertos, respirando devagar. Podia passar por estar a dormir; admitiria que quase estava se lho perguntassem. As lajes da varanda maior estavam mornas depois de um dia ao sol, emitindo aquela porção de calor agradável e constante que resiste às brisas outonais e se mantém, pairando, sobre elas até o frio do entardecer se lhe sobrepor. Melhor ainda, que ao corpo se transmite se imóvel, relaxado, paciente. Que sorrateiramente embala e o tempo suspende. Que... [sorrio, sem embaraço] - esqueci-me do que ia contar.

Saturday, September 18, 2010


























Zumbem-lhe os ouvidos cheios
de planos em fila de espera
enquanto tosca e tentativamente
faz por desbravar caminho
avançar
sem outra referência que a ambiguidade
das promessas atlânticas e outros
contos-de-fadas.

Tuesday, September 14, 2010



















It's been some years since we were fifteen. Not many. Enough for some things to have changed. That day I told you I wanted to die. We were in a small café near our highschool. You kept looking at the table we were sitting at, munching on something to say. You were the only person I seriously talked about that with back then. As usual. I wasn't expecting you to say you wanted to be a father one day. To ask if I didn't want to have kids of my own. I honestly don't remember what I said next. The girl that had been sweeping nearby started talking to us soon after. I miss you, you know. Miss those eyes that would never lie to me. Even when you tried. Wherever you are, please know that I've thought about it for some time now. I do, too.

Monday, September 06, 2010


























Das Viagens Livres e Frequentes pelos Antípodas da Razão

- Oh. Não pensei. Com perspectivas ou planos bastante planeados?
- Ambos, todos. Pensando neles, desvanecem-se qual fumo em nevoeiro. Ora, porque, [mesmo] estando bem presentes e querendo-os muito, ainda não os vi. Só quero saber onde e em que entrei.
- Concordo. Eu tinha expectativas contrárias aos planos e no início não correu bem. (...)
- Falta ainda para que possa delinear planos. Expectativas, manter-se-ão baixas quaisquer que sejam os primeiros, sob pena de voltar ao nada na eventualidade de saírem defraudadas. Agora, tenho de admitir que sei onde quero estar. Não é aqui.


_
Conversas com ela.

Thursday, August 19, 2010



























Olho-te durante horas, continuo sem te perceber. Tenho obrigação disso. Desinteresse é capricho, assim, frente-a-frente. Troca de lugar comigo e diz-me o que farias. Percebo-te quase sempre recriminatória, resignada ou resoluta se estou arrependida, nervosa ou indecisa. Não costumo ir ter contigo quando estou bem. Talvez se o desejar suficientemente o Tempo abrande e, nem que a correr, me possas ensinar o que isso é. Como o faço? Não olhes assim para mim. Não faz sentido que quando me apresente curiosa e queira aprender me olhes desse lado do espelho tão irremediavelmente perdida.

Thursday, August 12, 2010



























Useless pieces of plastic. Ocean cold they are, leave them here.

Wednesday, July 14, 2010

Saturday, July 10, 2010




















What if today I chose to forget...
Would I tomorrow try to remember,
would there still be a tomorrow even -
- what would be there for me
if tomorrow I were there at all?

Friday, July 09, 2010




























Vivo querendo afastar a tristeza

Que me povoa os dias e a noite escurece
E assim naturalmente também
Se dissolve nas auroras
Sem se dignar a perguntar-me
Ser real e minha a vontade de as ver.

Depois levanta-se o sol e acordo
Banhada pelo nutriente de mais um dia
Reparo no orvalho, inspiro e meço
A distância de meus pés ao astro
Esqueço a noite e deixo a cinza
Viver é agora: bom-dia, vou ter contigo.


_
Para
ti, rapaz.

Wednesday, July 07, 2010
























Seja o chão onde os pés firmas o céu que teus sonhos alcançam.

Wednesday, June 30, 2010

Saturday, June 26, 2010


























Sabes, apetece-me fugir. Haha, não como de costume, nada de querer trocar este por qualquer outro lugar por uns tempos. Fugir, mesmo. Do que fui, sem saber o que fazer (não sabia), deixar nos outros a impressão de que «aquela vai longe». Sim, mas: das expectativas, responsabilidades, do estar estar à altura, dos cumprimentos entusiastas e encorajantes de quem encontrasse na rua. O fato já não me serve, é de outro tempo. Gostava que percebessem isso, compreendes? Que o tempo passa e as pessoas mudam. Para melhor, pior, hábitos, ideias, outra cidade, outro país; de número de telemóvel, estilo, cor preferida, cor de cabelo, feições; e tantas outras coisas. Mas, não: sê simpática, não faças isso, vou dar-lhe um presente, faz-lhe uma surpresa, encoraja-a disfarçadamente ao falares com ela, onde queres ir?, quando queres comprar as calças?, não penses nisso. Ela está doente, coitadinha. Detesto ser esta e a outra antes de mim.

Monday, June 21, 2010
























Para poupar na descrição e porque não esbanja a capacidade, imagine-se uma daquelas cenas de filme decente cujo ambiente de palpável tensão levou uma noventena de minutos a criar. Simula o décor um aeroporto mediano por onde se polvilharam uns quantos passageiros e suas malas, mais ou menos bizarras as suas posições consoante o decoro heroicamente mantido durante o inferno da espera pelo voo que sucessivamente vai sendo adiado. Mais-coisa-menos-coisa chega o avião pelo final da madrugada e lá embarca a especimina humana com destino a c… omplicações: a companhia faliu, já não existe; ovni detectado a sobrevoar terreno hostil.

Friday, June 18, 2010

Saturday, June 12, 2010























Parte II: Acreditar.

Aconteceu. Faz sentido. É real. Os quatro pontos cardeais da vida: o preto gato, ele, o caos, ela. Dois solstícios não tarda, o equinócio passado uma presente certeza, esperança, promessa.

Esquece o tempo. Complementas-me.



















Parte I: Compreender.

Gatos pretos trazem má sorte. Ou assim o diz quem nisso acredita. Certo é apenas que depois se raspam deixando-a cá ficar. Talvez assustados porque veio mesmo tudo abaixo, a tardia e única sirene chibando a intrusão. Vieram e foram sem serem vistos, por estes lados tudo está de pantanas, lambem o pêlo inocentes, a culpa é da má sorte e nunca deles que a trouxeram, os sacanas. Giram assim mundos cá dentro. Ele olha duas vezes quando alinhados se esboroam, foi apanhado de surpresa. De nada serve a projecção nem achar um Átilas para todos. Enquanto se recompõe já a tosca agulha ressuscitou e de novo os remenda. Sem habilidade, como pode. Mas este é diferente, este percebeu. Pega nas suas as mãos esfoladas, as próprias por elas sangrando sem doer. Uma intrusão que a emociona e ela não quer perder.


Monday, June 07, 2010

















For the first time, psychologists have found that swearing may serve as an important function in relieving pain.
"I would advise people, if they hurt themselves, to swear"
There is a catch, though: "The more we swear, the less emotionally potent the words become"

Study led by Richard Stephens of Keele University in England,
Published in NeuroReport.

Disclaimer: Sentences taken from here.


First-aid basic rule: whenever you hear someone yelling «F*CK!!!», go and make sure it's worth it.

Friday, May 14, 2010



















"Survived, tonight / I may be going down"
"Still avoiding the grief / Because it felt so hard"
"Common sense / Can slap me in the face / And yet I calm disent / (...) Disgusted at the same time by it all"

[bits from Skunk Anansie's «You'll Follow Me Down» and Skin's «Trashed» & «Faithfullness»]

Will it ever make any sense?








Sunday, April 25, 2010



























Sim.
Vivo no mundo da lua,
Sem corpo nem forma,
Coordenadas num mapa
Ou modo de lá chegar.
Acreditar,
Desrespeitar os limites do corpo.
É o candeeiro que fica ligado
Quando tenho medo do escuro.

Friday, April 23, 2010

























Gosto de viver o futuro, de o sonhar de pálpebras cerradas, a imaginação tola conduzindo a história criando e recriando as imagens, os sons, cheiros, as impressões e expressões que às palavras faltam. Gosto de adormecer enquanto a bobine se vai desenrolando, de me convencer que vou mesmo sonhar tais argumentos de tanto que os já encenei. Quero tanto que, pelo menos, surja a possibilidade de acontecerem! Um dia, sei lá quando mas, por favor, um dia. Que dolorosamente desejo ter já sido, estendendo-se pelo tempo sem a areia cair. Um ano, dois, cinco. Dou uma gargalhada. Claro que terei de esperar, são demasiados os assuntos a resolver antes de algo deste género se dignar a acontecer-me. Deste género que aos sonhos remete e esforçadamente falsifico e teatralizo no silêncio e solidão das noites que vou contando até ao grande dia.

Thursday, April 01, 2010


















Crease, fold, lock
in no particular order
unlike you were taught.
Moist, soil, stain
there's more to life
than just pain.
Cut, rip, crumble
mistakes happen
learn to be humble.
Give up, give in, hush.
Wise words, I know,
aren't worth much.
Lie, pretend, dream
the future is our past
love has already been.

Sunday, March 14, 2010


















Thick, heavy.
Mercelessly covering any sprout of green,
Barren has become his dreamland
As time keeps going on
Leaving him behind.

«Dear Silence, shut up.
There's no one here to push me and
The absence of their voices amuses me no more.
You are now free to go, dear friend.
She made me acknowledge Her,
Made it that I can't live without Her.
Noisy, yes. So now you go.»

A bloody sunrise for the small village,
Shocked faces at the church.
The boy had witnessed Her
Long enough
For loneliness to outgrow his mind.

Thursday, March 04, 2010


























Once upon a time
In a land of fantasy
Two unnamed twins
Were staring at the moon
Unconsciously not blinking
Dazed by the bright spell
Their eyes a constellation
Of a long forgotten gallaxy

Without being noticed
Ever since she remembered
She'd spend a sleepless fortnight
Feeding them her hopes and dreams
So that when the full moon's magic
Would bring the two realms closer
There'd be extra shooting stars
For people to wish upon when sad

Down the rabbit hole
Like Alice once did
After Pinocchio's story
Told her about death

Tuesday, March 02, 2010


















An address,
A temporary truth;
All those you've given me...
Meaningless.
So humble I packed
How much I miss you
And left the world to spin
Against the laws of Physics.
Barefoot on the water,
Keep running. I am, too:
Someday we'll meet
Down the stream once again.

To Lee.


_
Imagem: via Izi. Obrigada.

Wednesday, February 24, 2010



























Saying goodbye.
The memories. Resisting coming back.
Pretending it's ok.
Hoping for an excuse. Resisting.
The goodbye.
The decision. The circumstances that lead to it. Resisting making that decision.
The final, officially declared, goodbye.
Nope, none of these things hurt. Of course not.
Of course not.
Of, of course not.
Of course not.
The mantra that keeps me from jumping off.

- You fool no one, you know.
- Haha, no, I'm serious, none of those hurt.

- You have yet to take off your eyes of the horizon. Your body hasn't moved an inch in the last hour. The birds have come back to land, it's chilly outside here and this wind is but a sample of what's to come tonight. You can't say those don't hurt.
- o'fuckin'course not.

- Come, let's go cry at home.

Saturday, February 20, 2010



















The sky.
The ever changing curtain hiding the unknown infinity of energy and existence.
It's in front of her, at arm's lenght.
Unreachable.

Children.
She's supposed to bring at least one to this world, two or three being the most desirable, to help renew her generation. To raise and take care of them, provide them a healthy and useful education, prepare them to one day be able to look the world straight in its eyes and say "I'm here to survive you", firm steps as they go on with their lives and, they too, have their own offspring.
The dream of so many, the joy of so many.
She was supposed to be part of that cycle. Just like everyone. Only she was born dead; or died as she grew up, quite the same thing.

The weather.
The wind is howling, furiously running across the woods nearby, dodging the pine trunks but blowing hard on their upper boughs and twigs. South and North winds are fighting, there's another storm coming. Full moon's a week away.

I don't know what to do.
Wish I could leave 'her' behind to be what everyone would like me to be, to make everyone happy as they deserve and I know I want them to be.
Wish I could leave 'her' behind and melt away with the rain that's started to fall just now. And that everyone would be happy.

Sunday, February 14, 2010




















































It's been raining in my head
For three days now.
Heavy rain falling, splashing against the void,
Its music fills my ears and lulls me to sleep.
Yet for three days now
I’ve been awake.
Witnessing the drizzling, the harsher showers,
The storm clear for my closed eyes.
My dry skin comfortable under each drop
Just like my hair soaking in this imaginary rain.
For three days now, like this,
I’ve been happy.
Unaware of the world occasionally teasing,
Trying to pry, find a crack in my shell.
If my senses acknowledge and fight it back
In their loyalty they won’t tell and disturb me.
So for three days now
I’ve been away.
Only her unknown voice, an ominous thunder,
Tearing my dreams apart,
Makes my heart halt and shy away.
“Silly”, a reverberating mockery as it fades and dies away.
“Silly”, the sad whisper of the rain mourning on my lips.
After three days, longing for love
I return home crying.
Home…
“Silly”, murmurs the amused cool wind,
Carrier of dark pregnant clouds and the promise of a story,
A reenacted play, real at the rate
Of two ongoing heartbeats.
“Silly”, I smile, as the rain makes love to and fully heals my naked skin.
Eyes still closed but no tears in my lashes,
Forgotten fears, mind games and dead-ends.
“Silly”, sings the cicada as the summer shower embraces me tightly
Those three days of heaven can now last forever.


To Alex.

Tuesday, January 26, 2010




















Está o aquecedor ligado. Apesar do frio na rua, pinga-lhe o cabelo comprido pelo soalho fora, pequenas gotas traiçoeiras bem se apanhando na sola das pantufas. Foram-lhe oferecidas vários Natais atrás, quando, mesmo à distância, a família ainda o era. Tinha pais, irmãos, um gato. Restam desse tempo o animal e um ódio tremendo aos ovos-moles. Era a única que deles não gostava lá em casa, era a única que não ia no carro a caminho de Aveiro no dia em que a tradicional caixa ‘do primeiro sábado’ ficou por comprar.


Monday, January 25, 2010



























Apregoam os sinos o meio-dia, festeja-se o Verão
não valho mais que minha sombra.

Atravessou paredes e telhados a lentidão dos dias sem luz,
Bruxuleam nas lareiras as muitas sombras em que me tornei.

Timestamps:strolling.